Neste ano de 2009, 25 anos depois de se estrearem ao som de West End Girls, os Pet Shop Boys são globalmente reconhecidos como uma das forças maiores da história recente da música pop. Segundo a “tradição” do género, são criadores de canções e de grandes singles se tem feito a sua história, tanto que não se importam quando se lhes diz que o seu melhor disco é a antologia “Pop Art”.
A discografia dos Pet Shop Boys, contudo, deu-nos já exemplos de álbuns que não são meras somas arrumadas de singles e acompanhamentos extra. “Actually” de 1987, “Behaviour” de 1989 ou “Very” de 1992, são inclusivamente episódios de referência, álbuns completos cuja personalidade e sabores não se esgotam nas canções que deles saíram em formato de single. “Yes”, o novo álbum desta dupla, não fica mal arrumado junto a estes outros títulos já com história feita.
Essencialmente luminoso, com mais momentos festivos (sem contudo abdicar de pontuais baladas ou elegantes canções mid tempo), “Yes” é o sucessor de “Very” que já tardava. Criado em parceria com a equipa de produção “Xenomania”, contando ainda com as colaborações dos ex-Smiths Johnny Marr (guitarra) e Owen Pallett (arranjos), este álbum é simplesmente uma magnífica colecção de canções pop que não escondem nenhuma das marcas de personalidade dos seus criadores.O alinhamento abre com “Love Etc”, single de avanço, que nos revelou o melhor cartão de visita para um álbum dos Pet Shop Boys desde inícios dos anos 90. Around The World, que cita Tchaikovsky, reforça logo a seguir um tom eloquente que domina todo o disco. Sem instantes menores, “Yes” é um monumento pop gourmet. Sólido na composição, inteligente na palavra. E sem desejo de fugir a uma identidade que, há 25 anos, é região demarcada sua, no panorama pop global.
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